O Discurso de Auto-Ajuda em Revistas Femininas: Aspectos Retóricos e Discursivos
Nome: ANDRÉ EFFGEN DE AGUIAR
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/04/2009
Orientador:
Nome | Papel |
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LUCIANO NOVAES VIDON | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JONAS DE ARAÚJO ROMUALDO | Examinador Externo |
LUCIANO NOVAES VIDON | Orientador |
MARIA DA PENHA PEREIRA LINS | Examinador Interno |
Resumo: Realizou-se neste trabalho um estudo do discurso de auto-ajuda, em um corpus formado por 13 reportagens extraídas das revistas femininas Claudia e Nova do ano de 2007. Embasado nos estudos de Aristóteles sobre Retórica e nas teorias do Tratado da Argumentação de Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996), investigou-se os aspectos retóricos e discursivos presentes nesse discurso, verificando as técnicas e estratégias utilizadas pelo orador com a finalidade de persuadir e conquistar a adesão do auditório. Inicialmente, demonstra-se a relação que a ascensão do individualismo, na sociedade moderna, tem com a origem e o crescimento da auto-ajuda. Posteriormente, faz-se a definição de gênero à luz dos conceitos bakhtinianos, enquadrando a auto-ajuda como gênero relativamente estável, que possui suas peculiaridades. A seguir, é feito um estudo da história das revistas Claudia e Nova, objetos de análise desta pesquisa, demonstrando como o discurso de auto-ajuda está imbricado no corpo dessas revistas. A partir daí, analisa-se as estratégias usadas pelo orador do discurso de auto-ajuda, com o intuito de persuadir o auditório. Nota-se que o ethos do orador do discurso de auto-ajuda trata-se do ethos do sujeito firme, autoconfiante, determinado, portador e doador da verdade, que age de acordo com os seus objetivos e interesses, bem de acordo com o individualismo da pós-modernidade. Em seguida, verifica-se que, ao despertar o pathos, o orador causará mudanças nos ânimos do auditório, levando-o à ação, o que é fundamental para a eficácia do discurso de auto-ajuda. Na seqüência, através do estudo das perguntas retóricas, constata-se que, com o uso dessa estratégia, o orador estabelecerá uma relação monológica com o auditório, fazendo-o assumir como sendo suas as dúvidas simuladas por ele, manipulando o público a agir conforme suas vontades. Depois disso, analisa-se a relação das técnicas argumentativas, propostas por Perelman no Tratado da Argumentação, têm com o discurso de auto-ajuda e como elas contribuem para que o orador consiga persuadir o auditório, manipulando-o a agir de acordo com seus preceitos.