CONSTRUÇÃO TÓPICA E MECANISMO DE (IM)POLIDEZ EM INTERAÇÕES DO
FACEBOOK: UMA ANÁLISE PRAGMÁTICA DOS RECURSOS IMAGÉTICOS
DIGITAIS
Nome: MONICA LOPES SMIDERLE DE OLIVEIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 16/05/2019
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
MARIA DA PENHA PEREIRA LINS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
VANDA MARIA DA SILVA ELIAS | Examinador Externo |
PEDRO HENRIQUE WITCHS | Suplente Interno |
MARIA MADALENA COVRE DA SILVA DE MACEDO | Suplente Externo |
MARIA DA PENHA PEREIRA LINS | Orientador |
LEONOR LOPES FAVERO | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: Os participantes de uma interação, seja face a face seja virtual, buscam um tema ou
assunto que oriente o processo conversacional, a fim de prolongar o evento
interacional. Esse elemento é identificado como tópico discursivo que é definido, no
sentido geral, por Brown & Yule (1983) como aquilo sobre o que se está falando.
Neste trabalho, apresentamos a noção de tópico discursivo, bem como suas
características de manutenção, de descontinuidade, de mudança e de digressão
empregadas nas interações do Facebook. Para isso, recorremos aos estudos de
Reinhart (1981), Brown & Yule (1983), Givón (1983, 1990), Jubran (1992, 2006),
Gómez-Gonzáles (2000), Lins (2006) e Pinheiro (2006) que nos possibilitam, de
modo geral, definir tópico discursivo como um fio unificado que é desenvolvido em
um contexto para identificar como se trata algum assunto. O tópico discursivo se faz
presente nas interações virtuais em que os interlocutores interagem utilizando tanto
os recursos verbais quanto os recursos imagéticos digitais: emoticons, emojis,
sitickers, gifs e memes, para exprimir emoções, sensações e representar expressões
faciais e modalizações, nas postagens e comentários do Facebook. Tais
comentários podem ser (im)polidos, o que gera conflitos nas conversações e as
estratégias de polidez buscam minimizar esse conflito, mantendo um equilíbrio
social. O fato é que os textos produzidos no Facebook sempre irão tratar de um
assunto (tópico), podendo gerar comentários favoráveis ou não. A partir desses
comentários, o tópico poderá ser ampliado (surgindo subtópicos) ou poderão surgir
outros assuntos, dando origem a novos tópicos, a subtópicos, a inserções, a
mudanças tópicas ou a digressões. Ao ampliar ou não o tópico central, o usuário
utiliza estratégias de (im)polidez verbal, imagética ou verbo-visual (estes dois
últimos, por meio dos recursos imagéticos digitais) com o intuito de contribuir com o
processo interacional. Nesse sentido, nosso objetivo é verificar de que modo ocorre
a interação nesse ambiente virtual, investigando como os recursos imagéticos
digitais são utilizados como estratégia argumentativa de ampliação tópica nas
postagens e nos comentários do Facebook. Então, nesse trabalho, verificamos de
que maneira se constituem os argumentos pragmáticos nesse ambiente e, para isso,
recorremos aos estudos de Grice (1982) para identificar a forma como ocorre a
cooperação nas situações comunicativas e como os princípios argumentativos da
verdade, da quantidade, da relevância e do modo são utilizados nos comentários do
Facebook. Examinamos os conceitos propostos por Austin (1990) e Searle (1979),
para constatar quais atos de fala são recorrentes nos comentários dessa rede social.
Verificaremos também a construção, a preservação e a quebra da face nas
interações do Facebook, por meio dos ensinamentos de Goffman (1981), Brown e
Levinson (1975), Leech (1983) e Escandell Vidal (2006[1993]). E, por fim,
analisamos como os recursos imagéticos digitais se configuram para estabelecer
estratégias argumentativas para ampliar ou não o tópico discursivo no gênero
comentário.
Palavras-chave: Tópico discursivo; Recursos imagéticos digitais; Facebook;
Pragmática.