"Cortando um dobrado": uma análise do verbo "cortar" em uso

Nome: APARECIDA DA PENHA KROHLING CHRIST
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 22/07/2020

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA DA CONCEIÇÃO AUXILIADORA DE PAIVA Examinador Externo
MARIA DA PENHA PEREIRA LINS Examinador Interno

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Resumo: Estudos linguísticos que versam sobre a análise verbal costumam adotar uma abordagem
centrada no verbo. Acreditamos que a análise verbal baseada no uso, numa abordagem
construcional, é extremamente relevante para os estudos da linguagem, concebida neste
trabalho como fundamentada em processos cognitivos, socio-interacionais e culturais. Para
tanto, buscamos investigar o uso do verbo cortar numa abordagem construcional, incluindo,
dessa forma, no processo de análise, além das questões de ordem sintáticas e semânticas,
fatores de ordem pragmática, assim como processos cognitivos, vinculando-nos ao quadro
teórico da Linguística Centrada no Uso, tendo como respaldo os estudos funcionalistas e
cognitivistas de Lakoff (1987), Lakoff e Johnson (2002), Goldberg (1995, 2006), Givón
(2001), Fauconnier e Turner (2002), Traugott e Trousdale (2013), Bybee (2016), Langacker
(1987), Fillmore (1968, 1977, 1982), Chafe (1979) e Ferrari (2016). Buscamos ainda as
contribuições de Borba (1991, 1996, 2002), Cançado (2018), entre outros autores. O corpus
foi composto por dados de uso efetivo da língua, constituído por textos nas modalidades oral e
escrita, retirados de entrevistas realizadas nos municípios de Domingos Martins, Vitória e
Santa Leopoldina e de textos coletados no jornal A Gazeta, no período compreendido entre
janeiro a dezembro de 2017, totalizando 138 ocorrências do verbo cortar na modalidade oral
e 978 na modalidade escrita. Os dados foram separados em dois grupos, de acordo com as
modalidades, analisados qualitativamente e quantificados em termos percentuais. As análises
evidenciaram que o verbo cortar é instanciado em 02 grupos de construções, um formado por
construções esquemáticas, que estão mais próximas do polo gramatical, e outro formado por
construções substantivas, que estão mais próximas do polo lexical. Constatamos que os
diversos significados que emergem no corpus para o verbo cortar, não raro atribuídos ao
próprio verbo como ocorre de forma geral nos dicionários, são o resultado da combinação da
semântica do verbo e da construção, recebendo ainda a contribuição da semântica dos
elementos que preenchem os slots destinados aos papéis argumentais da construção.
Observamos que algumas acepções ocorrem predominantemente em textos que abordam
assuntos específicos, como política, economia e esportes, apontando a influência da
ambiência temática no significado que emerge para o verbo, por evocarem eventos e cenas
distintos.
PALAVRAS-CHAVE: verbo cortar; gramática de construções; processos cognitivos.

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