QUANDO O OPRESSOR ESTÁ NO LUGAR DE OPRIMIDO: UMA ANÁLISE DO DISCURSO MIDIÁTICO SOBRE A GREVE DA POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO EM 2017

Nome: FILIPE SIQUEIRA FERMINO

Data de publicação: 03/09/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
KLÉBER TELES RIBEIRO Examinador Externo
LUCIANA NOGUEIRA Examinador Externo
LUCIANO NOVAES VIDON Examinador Interno
LUIS FERNANDO BULHOES FIGUEIRA Presidente
RODRIGO OLIVEIRA FONSECA Examinador Externo

Resumo: Este trabalho se situa no campo da análise materialista do discurso e visa analisar os efeitos de sentido produzidos a partir da cobertura jornalística do jornal A Tribuna em relação à greve da Polícia Militar (PM), ocorrida em 2017 no estado do Espírito Santo. Tomando a noção de acontecimento de Pêcheux (1997), esta pesquisa parte do impacto social da greve da PM na
sociedade capixaba e na diversidade de narrativas que circularam na época na busca pela compreensão do processo. Para além dos discursos que emergiram nos núcleos familiares, grupos de amigos e locais de trabalho, identificamos a mídia escrita como um tipo de veículo ideológico específico que cumpriu um papel estratégico na produção de uma interpretação sobre o acontecimento marcada pelo interesse de classe do aparelho midiático. A base teórica adotada fundamenta-se nos pressupostos da análise do discurso francesa a partir das elaborações de Michel Pêcheux (1997, 2006, 2014) e nos escritos de Louis Althusser (2007) sobre os aparelhos ideológicos e repressivos do Estado. O corpus envolve 23 edições do referido jornal, entre os dias 4 e 26 de fevereiro de 2017, totalizando 209 páginas. Em nossa pesquisa, buscamos analisar as relações entre as formações discursivas e os discursos emergentes sobre a greve no jornal, identificar e analisar os discursos dos sujeitos envolvidos nesse acontecimento; os processos discursivos sobre o papel dos aparelhos repressivos e dos governos frente ao acontecimento; os
efeitos de sentido produzidos nesses enunciados. Longe de termos esgotado o tema, esta pesquisa identificou um processo discursivo em torno da normalidade da ordem social, tentou explicar o processo de interpelação ideológica sobre os policiais e a falha dessa identificação que resultou na greve, o papel do trabalho da PM enquanto policiamento ostensivo na formação
do imaginário da segurança, os impactos sociais do falhamento como reação em cadeia sobre as diversas práticas sociais, os processos discursivos sobre a greve, as condições de produção da greve e o processo de criminalização dos sujeitos da greve, sejam as mulheres e familiares dos policiais, sejam os próprios policiais militares.

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