Políticas de tradução e interpretação em Libras e língua portuguesa no ensino superior: ditos e escritos no domínio da Universidade Federal do Espírito Santo

Nome: ANDREW VICTOR THOME BIZZO

Data de publicação: 23/10/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
PEDRO HENRIQUE WITCHS Presidente
ROBERTO PEROBELLI DE OLIVEIRA Examinador Interno
SILVANA AGUIAR DOS SANTOS Examinador Externo

Resumo: Considerando os efeitos da política nacional de inclusão, o início do século XX é marcado pelo aumento da presença de pessoas com deficiência em diferentes espaços sociais. Esses efeitos alcançam o domínio institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que passou a receber a matrícula de estudantes surdos que tem a língua brasileira de sinais (Libras) como primeira língua. Como condição mínima para a acessibilidade e permanência desses alunos, a contratação de tradutores e intérpretes de Libras e língua portuguesa se tornou uma necessidade e a emergência da atuação desses profissionais nesse contexto merece ser investigada. Considerando essa conjuntura, o objetivo desta dissertação é analisar a constituição das atividades de tradução e interpretação de Libras e língua portuguesa na Ufes. Para tanto, assumindo uma abordagem da linguística aplicada indisciplinar e tendo como fundamentação aspectos teóricos sobre políticas de tradução e interpretação, bem como de políticas linguísticas, realizou-se um estudo de caso envolvendo a análise de dois conjuntos de materiais: (i) documentos que tratam das atividades de tradução e interpretação de Libras e língua portuguesa na instituição, compreendidos entre 2009 e 2024; e (ii) entrevistas semiestruturadas com servidores da Ufes que exerceram as atividades de tradução e interpretação na instituição nesse período ou que colaboraram para a realização dessas atividades. Observou-se que a trajetória dessas atividades na instituição perpassa pela concessão de bolsas a estudantes monitores que atuaram como intérpretes, passando pela formalização de um cargo público federal, hoje vedado, até alcançar uma organização interna protagonizada pelos tradutores e intérpretes ocupantes desse cargo. Diante das discussões possibilitadas por essas dinâmicas, argumenta-se que o desafio da política de tradução e interpretação de Libras e língua portuguesa na Ufes é romper com uma lógica reativa de resposta a demandas emergenciais, cuja superação ultrapassa as fronteiras do domínio institucional, visto que ela é efeito de uma política nacional ampla que limita as condições de exercício dos direitos linguísticos de pessoas surdas. Considera-se que a pesquisa oferece elementos para se pensar sobre as dinâmicas em torno das políticas de tradução e interpretação de Libras e língua portuguesa em contextos institucionais públicos.

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