Ethos, autoralidade e identidade discursivas em cenografias do ciberespaço
Nome: ANDRÉ FREITAS MIRANDA
Data de publicação: 30/05/2025
Banca:
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Papel |
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ANDERSON FERREIRA | Examinador Externo |
JARBAS VARGAS NASCIMENTO | Presidente |
LUCIANO NOVAES VIDON | Examinador Interno |
MÁRCIO ROGÉRIO DE OLIVEIRA CANO | Examinador Externo |
MARIO ACRISIO ALVES JUNIOR | Examinador Interno |
Resumo: Esta tese inscreve-se no campo da Análise do Discurso de linha francesa (AD)
e foca a construção da autoralidade (autoria), da identidade e do ethos
discursivos em cenografias digitais no ciberespaço, a partir da atuação do jornal
A Gazeta em sua conta no X/Twitter. O corpus contempla postagens vinculadas
a notícias, reportagens, charges e artigos de opinião, organizadas em cinco
momentos enunciativos: fevereiro e abril de 2021, fevereiro de 2022 e fevereiro
de 2023. Partimos da questão inicial: aquele que enuncia um discurso em
determinada condição de produção pode ser considerado seu autor, mesmo
quando esse discurso é apropriado por formações discursivas diversas e circula
em diferentes plataformas? A partir dessa problematização, investigamos como
o jornal constrói sua imagem autoral e identitária em meio à fluidez e
performatividade da linguagem no ciberespaço. Importa refletir sobre a autoria
no ambiente digital e suas implicações para os estudos do discurso. No contexto
digital, entendemos que a produção de sentidos, a constituição de sujeitos e a
construção da imagem do enunciador se realizam por meio de práticas próprias
deste ambiente e da negociação constante de ethos, identidade e
posicionamento. Nossas análises se apoiam em uma articulação teórica
composta por Maingueneau (2010; 2015; 2019), Paveau (2021), Charaudeau
(2001; 2008; 2014), Bakhtin (2009; 2017), Foucault (2013) e Agamben (2007),
com destaque para a noção de autoralidade como gesto discursivo. A
enunciação no ambiente digital mobiliza uma completude enunciativa que
constrói tanto a identidade institucional e discursiva quanto uma imagem de autor
vinculada ao jornal, revelando níveis variados de responsabilidade discursiva e
autoralidade. Buscamos compreender como a presença digital institucional do
sujeito projeta imagens de si no discurso, construindo ethos discursivo diversos
que se articulam, colidem e são negociados continuamente no ciberespaço
através da hipermídia. Vemos que a autoralidade é um processo que emerge
como função e gesto em diferentes cenas de enunciação. A Gazeta, nesse
processo, ocupa múltiplas posições autorais, projetando imagens de si que se
constroem, tensionam e negociam continuamente no espaço hipermidiático.