UMA ESCOLA CÍVICO-MILITAR: ANÁLISE DAS FORMAS DE TRATAMENTO A PARTIR DE ABORDAGENS METODOLÓGICAS DIVERSIFICADAS

Nome: BÁRBARA GOMES CITÉLI

Data de publicação: 27/02/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LEILA MARIA TESCH Presidente
LUCIANO NOVAES VIDON Examinador Interno
MARCELO ALEXANDRE SILVA LOPES DE MELO Examinador Externo
RAQUEL GOMES CHAVES Examinador Interno
RAQUEL MEISTER KO. FREITAG Examinador Externo

Resumo: Este estudo tem suas discussões fundamentadas nos estudos de Variação e Mudança
Linguística, pois se preocupa em investigar a variação existente na escolha de diferentes formas
de tratamento, por estudantes do Ensino Fundamental II de uma escola municipal cívico-militar,
localizada no município de Viana, no estado do Espírito Santo. Para Eckert (2005), os
fenômenos que envolvem a variação linguística estão diretamente relacionados à construção de
estilos, por isso, torna-se fundamental identificar e discutir o significado social de cada variação
sob um olhar pautado na prática estilística. Diante disso, nossa intenção é investigar o que as
práticas sociais dos estudantes engajados nessa escola representam e como suas escolhas podem
influenciar, também, seus comportamentos linguísticos. Para isso, utilizamos diferentes
instrumentos metodológicos de coleta, dentre eles: observação em campo, questionários, cartas
produzidas pelos estudantes destinadas ao gestor e podcasts com interações entre estudantes e
militares da instituição. Os resultados do Questionário Sociodemográfico indicaram um forte
enraizamento dos estudantes na região onde a escola está localizada, além do predomínio do
uso de celular e brincadeiras de rua no tempo livre e preferências musicais que oscilaram entre
o funk e o gospel. O Questionário “Como você me chama?” investigou as escolhas de
tratamento dos estudantes em relação aos funcionários da escola. Os resultados indicam que,
embora a informalidade predomine, os estudantes dos 8° e 9° anos do Ensino Fundamental
valorizam mais a estrutura hierárquica e os papéis institucionais da escola cívico-militar, por
meio de tratamentos mais formais, do que os estudantes mais novos, do 6° e 7° anos. Já nas
Cartas destinadas ao diretor, a análise a partir do GoldVarb X (Sankoff; Tagliamonte; Smith,
2005) indicaram que o uso do tratamento formal “senhor” foi mais frequente entre estudantes
do 8o e 9o anos e entre aqueles que apoiavam o modelo cívico-militar, enquanto os estudantes
mais novos e aqueles que indicaram não gostar de estudar na instituição utilizaram com maior
frequência em seus textos a forma de tratamento “você”, o que indica certa resistência aos
valores hierárquicos e uma relação entre o grau de escolaridade e a escolha por determinado
tratamento. No Podcast, padrões semelhantes foram observados, alunos adeptos ao modelo
cívico-militar priorizaram formas formais e não adeptos optaram por escolhas informais,
durante as interações com os militares. Desse modo, pretende-se demonstrar a relevância dos
estudos em Sociolinguística para a identificação da consciência linguística de diferentes
indivíduos, como fonte de estilo e autonomia, considerando que a linguagem é um reflexo da
sociedade e que ambas são constituídas por heterogeneidades.

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