A ESTRUTURA V + CV NÃO EXPRESSO + SADV/SPREP: UMA ANÁLISE FUNCIONALISTA

Nome: RAFAELLY BONADIMAN VIEIRA

Data de publicação: 16/12/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
GESIENY LAURETT NEVES DAMASCENO Presidente
LEILA MARIA TESCH Examinador Interno
NILZA BARROZO DIAS Examinador Externo

Resumo: O estudo A estrutura V + CV não expresso + SAdv/SPrep: uma análise funcionalista possui
como problema de pesquisa a relação existente entre a supressão do complemento verbal, em
especial do tipo objeto direto, e a presença de sintagma(s) de valor adverbial ou oração adverbial
em posposição ao verbo, aparentemente, ocupando uma posição espacial que seria do
complemento verbal. Importa compreender se a formação dessa estrutura (V + CV não expresso
+ SAdv/SPrep/oração adverbial) está atrelada ao comportamento dos adverbiais no âmbito da
Estrutura da Informação. Sustenta-se a hipótese de que estes podem desempenhar funções que
extrapolam a adjunção e motivar distintas configurações argumentais, nas quais o sintagma
adverbial, o sintagma preposicional ou a oração adverbial se comporta, pragmaticamente, como
uma informação nova. Adota-se a Linguística Sistêmico-Funcional como fundamentação
teórica, vertente do Funcionalismo Linguístico. O corpus constitui-se de 60 (sessenta)
reportagens publicadas por autoria diversificada na revista Veja, entre 2018 e 2022, nas quais
foram encontradas 64 ocorrências do fenômeno em análise. Os textos foram coletados do acervo
virtual da revista a partir de dois critérios pré-definidos: assunto e data de publicação, de modo
que foi selecionada uma reportagem de cada mês, sem haver a repetição do assunto entre as
doze coletadas em cada ano. Após o recolhimento dos textos jornalísticos, realizou-se a
identificação das ocorrências de complemento não expresso, seguidos ou não de adverbiais.
Estas foram submetidas à treze parâmetros de análise: (i) Presença de SAdv, SPrep ou oração
adverbial em posposição ao verbo, na ausência de complemento verbal expresso; (ii) Presença
de pontuação entre verbo e SAdv, SPrep ou oração adverbial; (iii) Expressão formal do
adverbial; (iv) Mobilidade do(a) SAdv, SPrep ou oração adverbial; (v) Tipo de complemento
verbal não expresso; (vi) Natureza do complemento elidido; (vii) Expressão formal do referente
do complemento elidido; (viii) Tipo de sujeito; (ix) Integração sintático-semântica entre
Circunstância e Processo; (x) Tipo de Processo; (xi) Papel semântico do componente
Circunstância; (xii) Animacidade do antecedente do complemento; e (xiii) Comportamento
do(a) SAdv, SPrep ou oração adverbial no âmbito da Estrutura da Informação. Este estudo
adotou métodos qualitativos na análise descritiva dos dados e no direcionamento que esta pode
encaminhar e realizou uma sistematização quantitativa através do software R para verificação
de correlação simples entre as variáveis. Os resultados apontam que (i) os complementos não
expressos nos casos em análise codificam a informação conhecida, e a informação nova fica
sob responsabilidade do SAdv, do SPrep ou da oração adverbial, embora não exclusivamente;
(ii) há uma tendência de a presença de sintagma(s) de valor adverbial em posposição ao verbo,
na ausência de complemento verbal expresso, servir para a conservação do preenchimento do
item à direta do verbo; e (iii) a análise estatística do corpus revelou sete correlações
significativas, dentre as quais uma correlação de 90% entre Presença de SAdv, SPrep ou oração
adverbial em posposição ao verbo, na ausência de complemento verbal expresso (PPA) e
Expressão formal do adverbial (EXA). O elevado percentual deve-se a dois fatores: quando a
variável PPA for marcada com a categoria Ausente, logo, EXA não se aplicará; e quando a
variável PPA for marcada com a classe Presente, a tendência é EXA ser um sintagma
preposicional.

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