AUTORALIDADE FUNDADORA NO DISCURSO CONSTITUINTE TEOLÓGICO
Nome: CANDIDO FERREIRA DE SOUZA JUNIOR
Data de publicação: 31/01/2025
Banca:
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Papel |
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ADRIANA RECLA SARCINELLI | Examinador Externo |
JARBAS VARGAS NASCIMENTO | Presidente |
LUCIANO NOVAES VIDON | Examinador Interno |
MÁRCIO ROGÉRIO DE OLIVEIRA CANO | Examinador Externo |
MARIO ACRISIO ALVES JUNIOR | Examinador Interno |
Resumo: Nossa pesquisa tem como tema o estudo da complexidade enunciativocriadora que se estabelece no interior do discurso constituinte teológico.
Fundamentamo-nos no aparato teórico-metodológico da Análise do Discurso de linha
francesa (AD), de acordo com a perspectiva enunciativo-discursiva proposta por
Maingueneau (1995, 1997, 2000, 2001, 2005, 2006, 2007a, 2007b, 2007c, 2008,
2009, 2010, 2014, 2015a, 2015b, 2016, 2020, 2022), em diálogo com os estudos do
teólogo Gabus (1977) e de Nascimento (2009, 2020a, 2020b). A tese que defendemos
é a de que o discurso teológico se organiza por meio de uma autoralidade fundadora,
que imbrica autor e hiperenunciador em um processo paratópico criador, garantindo
legitimidade constituinte aos seus enunciados. Um apagamento da voz do produtor
teológico permite que a enunciação se estabeleça por um hiperenunciador, que está
para além de qualquer localidade e que se torna o garante deste discurso. Propomos
como objetivo geral, examinar a complexidade enunciativo-criadora do discurso
constituinte teológico, pela associação das noções de autoralidade, paratopia criadora
e hiperenunciador. Como objetivos específicos, visamos a compreender como se
constitui a imagem de autor no corpus selecionado e o ethos discursivo que emerge
a partir da embreagem paratópica; identificar como a paratopia criadora desloca o
sujeito autor no ato criativo; verificar como o hiperenunciador se instaura na cenografia
teológica, garantindo estabilidade a seus enunciados. Para comprovar nossa tese,
delimitamos o objeto de análise a três recortes do evangelho canônico de João: o
prólogo – João 1: 1-18; o lava-pés – João 13: 1-20; a ressurreição – João 20: 1-10. As
conclusões, decorrentes dos procedimentos analíticos, corroboram para a
comprovação da tese proposta, na medida em que o corpus analisado revelou marcas
linguístico-discursivas de constituência do discurso teológico, que envolvem uma
instância autoral, marcada por uma localização paratópica criadora e pela instauração
de um hiperenunciador, sujeito Integrador e Absoluto, que dá sustentação à
cenografia teológica.