É PRECISO TRANSVER O MUNDO: A SENSIBILIDADE NA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA COM CRIANÇAS NA PERSPECTIVA PLURAL
Nome: LILIANE SALERA MALTA
Data de publicação: 13/12/2024
Banca:
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Papel |
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CARLA CONTI DE FREITAS | Examinador Externo |
CLAUDIA JOTTO KAWACHI FURLAN | Presidente |
JULIANA REICHERT ASSUNÇÃO TONELLI | Examinador Externo |
LUCIANA FERRARI DE OLIVEIRA FIOROT | Examinador Interno |
MARIANNA CARDOSO REIS MERLO | Examinador Interno |
Resumo: Esta tese, intitulada "É preciso transver o mundo: a sensibilidade na educação linguística com
crianças na perspectiva plural", sugere uma reflexão sobre desafios e possibilidades da educação
linguística com crianças, propondo uma abordagem sensível, plural e crítica que rompe com
paradigmas tradicionais e uniformes. Inserida no contexto de um crescente interesse pelo ensino de
inglês na educação infantil, a pesquisa problematiza as motivações subjacentes a essa expansão,
questionando noções mercadológicas e, como contraponto, reconhecendo a importância de
sensibilizar as crianças para as línguas e culturas. O objetivo principal da pesquisa é conceber a
educação linguística com crianças como um espaço plural, entrelaçando múltiplos olhares — das
crianças, dos docentes em formação inicial e da autora, enquanto educadora e pesquisadora. A tese
busca, ainda, refletir sobre as bases teóricas e práticas que fundamentam a formação docente e as
práxis pedagógicas nesse cenário, além de propor uma crítica à normatividade presente nos
currículos e às influências neoliberais e coloniais no ensino de línguas. Metodologicamente, a
pesquisa adota a abordagem autoetnográfica, que combina a experiência pessoal com dados
coletados por meio de observações em sala de aula, interações com crianças, questionários
aplicados a professores em formação e postagens de mídias sociais. Essa escolha metodológica
possibilita a articulação entre os aspectos emocionais, sociais e profissionais envolvidos na educação
linguística com crianças, ao mesmo tempo em que enfatiza a complexidade das práticas educativas e
a singularidade das experiências das crianças. Embasadas por um amplo referencial teórico, que
inclui conceitos da educação crítica freireana, pensamento rizomático, transdisciplinaridade,
translinguagem e decolonialidade, as reflexões são propostas. A educação crítica, inspirada em Paulo
Freire, sustenta a valorização das práxis reflexivas e emancipatórias, enquanto o pensamento
rizomático desafia as abordagens lineares, propondo rupturas e conexões múltiplas. A
transdisciplinaridade ressalta a necessidade de integrar diferentes saberes e disciplinas no processo
educacional, enquanto a translinguagem contribui para a atenuação de hierarquias de poder na sala
de aula. A perspectiva decolonial desafia as estruturas coloniais no ensino de línguas, propondo a
valorização de epistemologias locais e a superação de práticas homogeneizantes. Os resultados da
pesquisa destacam que a educação linguística com crianças se beneficia de praxiologias que
valorizem a pluralidade e o protagonismo infantil. Ao incluir as vozes das crianças como agentes de
produção de conhecimento, a pesquisa rompe com visões tradicionais que as tratam apenas como
receptoras passivas. A integração de múltiplas perspectivas — das crianças, professores em
formação e da autora enquanto pesquisadora — revela a riqueza de um ensino baseado em
experiências compartilhadas e reflexões críticas. A pesquisa aponta a necessidade de reformular os
currículos de formação docente para contemplar práxis que alinhem teoria e prática de forma mais
integrada e dialógica. Tal indissociabilidade deve ser sensível às especificidades culturais e sociais,
especialmente em contextos marcados por desigualdades e dinâmicas de poder historicamente
enraizadas. Como contribuição principal, a tese concebe perspectivas em educação linguística
fundamentadas em sensibilidade, pluralidade e ruptura com paradigmas coloniais e neoliberais.
Finalmente, compreendemos que abordagem amplia o papel da educação como espaço de
transformação social, ao incentivar praxiologias que promovam a autonomia, criticidade e valorização
das diferentes vozes no processo educativo.