@GretaThunberg - ATIVISMO PELO CLIMA: A REPRESENTAÇÃO DO ATIVISMO DIGITAL NO TWITTER

Nome: CAMILLA REISLER CAVALCANTI

Data de publicação: 05/04/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FÁBIO GOMES GOUVEIA Examinador Interno
FABIO LUIZ MALINI DE LIMA Presidente
LORENA LUCAS REGATTIERI Examinador Externo
LUCIANO NOVAES VIDON Examinador Interno
ROBERTO LEISER BARONAS Examinador Externo

Resumo: Essa tese aborda a trajetória e o impacto de Greta Thunberg no ativismo pelo clima,
iniciada em 2018 com seu protesto solitário em frente ao parlamento sueco, que a
tornou rapidamente uma das principais vozes desse movimento. Seu engajamento em
redes sociais proporcionou um alcance global para suas mensagens sobre mudanças
climáticas, críticas à ineficiência dos líderes e defesa da ciência, mobilizando milhões
para a ação ambiental. O estudo busca analisar criticamente a representação
discursiva do ator social @GretaThunberg e sua interação com o macro-movimento
digital, conforme os moldes teóricos propostos por van Dijk (2021). A abordagem
metodológica adotada combina técnicas qualitativas e quantitativas, incluindo análise
de redes digitais e Estudos Críticos do Discurso Multimodal, com foco nas publicações
da ativista entre 2021 e 2023 no ex-Twitter (atualmente X). A coleta massiva de dados
realizada pelo LABIC permitiu uma análise multidisciplinar que revelou o
posicionamento dos atores, as perspectivas dominantes e os termos prevalentes nas
discussões. A pesquisa integra a análise de redes digitais, conforme proposto por
Malini (2016), com os Estudos Críticos do Discurso Multimodal, baseados nas
contribuições de Ledin e Machin (2018, 2020) e van Leeuwen (2008), bem como nos
trabalhos anteriores de van Dijk (1998, 2006, 2012a, 2012b, 2014). Essa abordagem
multidisciplinar visa identificar estratégias discursivas que contribuem para a
construção de um posicionamento social coeso dentro da rede. A fundamentação
teórica incorpora considerações sobre ideologia, contexto e recontextualização,
permitindo uma análise mais profunda da fronteira discursiva entre "nós" ativistas e
"eles", atores a serem criticados pelo movimento. Essa integração teórica amplia a
compreensão da dinâmica social do ativismo digital e fornece insights valiosos sobre
a formação e a evolução das redes de engajamento online. A natureza
descentralizada das redes sociais e a interação constante entre os usuários foram
fundamentais para entender como múltiplas vozes se unem e desafiam narrativas. O
conceito de cadeia dialógica, conforme Bakhtin (2011), mostra-se relevante neste
contexto, destacando como cada interação contribui para recontextualizar o discurso
em tempo real. A análise dos dados revelou uma fronteira discursiva entre os
"ativistas" e os "inativistas", com Greta Thunberg consolidando uma "maioria das
minorias" ao responsabilizar o status quo hegemônico. No entanto, o movimento
enfrenta desafios decorrentes de questões de justiça social e eventos externos, como
pandemias e conflitos internacionais, que afetam sua eficácia e coesão. A pesquisa
busca jogar luz sobre a evolução da percepção pública do ativismo pelo clima e a
influência dos atores em rede na sociedade. Além disso, destaca os desafios
enfrentados pelos ativistas na era das plataformas digitais, como a vulnerabilidade à
efemeridade digital e a polarização das discussões. Os resultados contribuem para
uma compreensão mais profunda da dinâmica social do ativismo digital e para o
entendimento dos mecanismos e validade dos movimentos sociais digitais na
contemporaneidade.

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