Representação Social de mulheres em letras de músicas sertanejas
Nome: JOSILENE FERREIRA
Data de publicação: 11/12/2023
Banca:
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Papel |
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JANAYNA BERTOLLO COZER CASOTTI | Examinador Interno |
MICHELINE MATTEDI TOMAZI | Presidente |
VALESKA ZANELLO | Examinador Externo |
Resumo: O cenário de violência contra mulher no contexto nacional e, especificamente, no nosso estado, o Espírito Santo, provocou o interesse em investigar como se dá a Representação Social de mulheres em letras de músicas sertanejas. Acreditamos que
essas letras musicais expõem e reforçam discursos machistas e patriarcais, e funcionam como tecnologias de gênero (LAURETIS, 1994), pois são capazes de reproduzir e criar identidades e subjetividades (ZANELLO, 2019). As letras sertanejas do “Universitário” e do “Feminejo”, em especial, foram escolhidas para serem objeto de estudo pelo fato de (o sertanejo) ser considerado uma preferência entre um número significativo de brasileiros (SPOTIFY, 2021). Esta dissertação objetiva analisar como são construídas discursivamente as Representações Sociais de mulheres em letras de músicas sertanejas. Os objetivos específicos são: 1. descrever as estruturas linguístico-discursivas utilizadas para a Representação Social de mulheres em letras
sertanejas; 2. identificar como as Representações Sociais são construídas no discurso dessas letras, em específico, no “Universitário” e no “Feminejo”, observando se há diferenças discursivas, em relação à Representação Social de mulheres de um
movimento para outro; 3. discutir quais e como as ideologias, as atitudes e o conhecimentos são (re)produzidos nessas letras de músicas sertanejas. A metodologia desta pesquisa é qualitativa e interpretativa, com base no aporte teórico e metodológico dos Estudos Críticos do Discurso (ECD) de van Dijk (2020, 2018, 2016a, 2016b, 2016c, 2015a, 2015b, 2013, 2005) em destaque para a categoria de Representação Social. Conforme o caráter multidisciplinar dos ECD, dialogamos com os estudos sobre gênero social e violência contra as mulheres de Tomazi (2016, 2017, 2019, 2021), Natale (2015), Bacelar (2016), Borrillo (2016), Saffioti (2001, 2015), Zanello (2018); e refletimos sobre machismo estrutural, na perspectiva de Hentze (2020) e outros. Os resultados das análises revelam que as letras sertanejas são portadoras de discursos machistas, conservadores e patriarcais, com isso, a
Representação Social de mulheres ocorre de forma estereotipada, pejorativa, preconceituosa, e desigual, em que a mulher é considerada inferior, submissa, culpada, rival, frágil, dependente, objeto sexual, serviçal, entre outros aspectos negativos.