“A posição dos clíticos
pronominais em textos jornalísticos capixabas: uma investigação do continuum da
variação estilística inter- e intragenérica”.

Nome: LUDIMILLA RUPF BENINCÁ
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 17/02/2022

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LILIAN COUTINHO YACOVENCO Orientador

Resumo: A colocação do clítico pronominal em relação ao seu hospedeiro sintático, o
verbo, é um fenômeno variável no português brasileiro (PB), especialmente
escrito. Na fala, uma das variantes, a pré-verbal (próclise), ocupa quase todas
as ocorrências de colocação do clítico, consolidada como a forma não marcada
na norma da comunidade, independentemente do contexto linguístico que o
antecede (VIEIRA, 2002). Na escrita, por outro lado, as posições são mais ou
menos oscilantes, a depender de um conjunto de fatores que levam o enunciador
a se aproximar mais da norma da comunidade, de próclise quase irrestrita, ou
mais da norma prescrita, de próclise restrita a contextos linguísticos com os
chamados atratores do pronome. Essa discrepância entre a manifestação da
colocação pronominal na fala e na escrita torna o fenômeno um grande

diferenciador das duas modalidades e demonstra a associação da forma pós-
verbal (ênclise) a contextos/eventos de maior letramento. Buscamos investigar

o grau de avanço da norma da comunidade na escrita jornalística –
nomeadamente nos gêneros discursivos carta do leitor, editorial, crônica e artigo
de opinião, além dos subgêneros a eles associados, publicados no jornal A
Gazeta (set.-nov./2012) – e qual a relação entre esse avanço e os elementos
constitutivos do estilo, do gênero e do subgênero. Para tanto, seguindo os
princípios teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV,
2008[1972]), analisamos as ocorrências de clíticos em três agrupamentos de
dados: lexias verbais simples; complexos verbais constituídos de verbo auxiliar
mais verbo principal no particípio ou gerúndio e complexos verbais constituídos
de verbo semiauxiliar mais verbo principal no infinitivo. Controlamos, além de
variáveis linguísticas morfossintáticas, os gêneros, subgêneros e sequências
tipológicas como grupos de fatores, num entroncamento com os estudos de texto
e discurso, bem como criamos uma variável complexa (de feixe de traços) para
avaliar a mudança de estilo. A hipótese era a de que, nos gêneros e subgêneros
menos monitorados e com características híbridas, haja maior ocorrência de
próclise, inclusive em contextos não registrados pela tradição normativa, do que
nos mais monitorados e prototípicos, mais sensíveis à prescrição. Como grupo
de controle representante da norma da comunidade, analisamos a amostra de

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língua falada do PortVix, Português Falado na Cidade de Vitória, de falantes de
nível de escolaridade superior. Os dados dessa análise indicam que as variantes
vernaculares da comunidade são a próclise ao verbo simples e ao verbo pleno
dos CVs. Na amostra escrita, foi possível identificar que a ênclise de fato se
associa ao maior monitoramento estilístico e ao protótipo letrado.

Palavras-chave: Sociolinguística Variacionista. Estilo. Colocação pronominal.
Esfera jornalística. (Sub)Gêneros Discursivos.

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