Slam: oralituras antirracistas e contranarrativas
Nome: MONYQUE ASSIS SUZANO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/10/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANDERSON FERREIRA | Examinador Externo |
JARBAS VARGAS NASCIMENTO | Examinador Interno |
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA | Orientador |
ROBERTO PEROBELLI DE OLIVEIRA | Suplente Interno |
Resumo: O Slam é uma competição de poesia falada criado nos Estados Unidos por Marc
Smith, na década de 80. Em 2008, com sua chegada no Brasil, esta modalidade se
expande a comunidades jovens de periferia, demonstrando aspectos de uma cultura
resistente e que prestigia as experiências de vida dos participantes, em suma, de
cor. Esta pesquisa, concebe-se, então, pela necessidade de preservação e
restauração da cultura negra oral em diáspora. Assim, a esta pesquisa interessa a
Análise do discurso antirracista (VAN DIJK, 2016) relacionada à produção da poética
oral chamada Slam. Buscamos encontrar perspectivas que viabilizem a construção
de novos olhares identitários sobre a população jovem afro-brasileira
interseccionada pela oralitura (FERRER, 2010). Os objetivos da pesquisa incluem
investigar a materialidade discursiva caracterizada como antirracista na poesia Slam
e o processo de produção de sentidos e intersubjetividades de memória e identidade
de corpos negros, aliadas a estratégias de argumentação da oralitura enquanto
performance de linguagem de resistência e ancestralidade, a fim de evidenciar a
produção de contra-narrativas (PRICE, 2015) e seus efeitos na produção de
sentidos, ideologias e subjetividades. Como aporte teórico, esta pesquisa dialoga
com os Estudos Críticos da Raça (SOLÓRZANO & YOSSO, 2010) visando construir
epistemologias conectantes para confrontar realidades marginalizadas; e com os
Estudos Críticos do Discurso ao imbricar as relações entre estruturas discursivas,
sociais e cognitivas. A construção do corpus para análise foi a partir do
acompanhamento do coletivo Slam Botocudos, o primeiro a ser organizado na
cidade de Vitória e difusor da arte oral no Estado. A coleta de dados incluiu a
gravação dos eventos comunicativos por vídeo e transcrição dos textos oralizados
das performances para análise. Os resultados encontrados foram marcas
discursivas que evidenciaram a representação da experiência negra em corrente
(re)construção de um universo narratário que se contrapõe à desigualdade social. A
criação de vozes ao cotidiano que se emprega nesse espaço reinscreve realidades
de existência e resistência em uma perspectiva do negro e da história negra como
centro de experiência.
PALAVRAS-CHAVE:Slam; Discurso antirracista; Oralitura; Contranarrativa.