Atos de Fala e Referenciação na (des)construção de Faces Públicas nos bastidores de Notícias Políticas
Nome: ROSANI MUNIZ MARLOW
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 24/11/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIA DA PENHA PEREIRA LINS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANA LUCIA TINOCO CABRAL | Examinador Externo |
ANDERSON FERREIRA | Suplente Externo |
FABIO LUIZ MALINI DE LIMA | Examinador Interno |
ISABEL MARIA LOUREIRO DE ROBOREDO SEARA | Examinador Externo |
MARIA DA PENHA PEREIRA LINS | Orientador |
Páginas
Resumo: A evolução tecnológica transformou o fazer jornalístico, criou novas formas de interação e deu visibilidade aos fenômenos de desinformação; os bastidores são, na prática jornalística, um dos mais recorrentes jargões; a fonte off é, para o jornalista, um recurso legal para o acesso a informações sigilosas de interesse público; os fatos e as personalidades públicas são narrados nas notícias com a finalidade de informar o leitor; o jornalismo estabelece editorias específicas, como a política, para especializar seu trabalho. Com este cenário, esta pesquisa objetivou compreender a força e o efeito do enunciado da fonte off, com emprego do termo bastidores, nas notícias políticas sobre a imagem pública de políticos, em geral. Neste sentido, as teorias dos atos de fala, de Austin (1998) e Searle (1981), e as teorias da face, de Goffman (1975, 2011) e de Brown e Levinson (1987), ampliadas pelos estudos da (im)polidez, do campo da Pragmática e da Nova Pragmática, apresentados por Seara (2014, 2017), Marlangeon (2017) e Rajagopalan (2010, 2017), além dos processos referenciais da Linguística Textual, conforme Koch (2011, 2013), Marcuschi (2004, 2006), Lins e Capistrano Junior (2017), tornaram-se base para a análise de notícias políticas do jornalismo digital. Foi necessário considerar conceitos, como identidade, alteridade, liberdade de expressão, ética e capital social, com impacto na percepção e na (re)construção da realidade e da imagem do outro, com Martino (2014), Schimitz (2011), Marques e Matos (2011), e Unesco (2018). Numa abordagem quali-quantitativa, utilizando categorias do off, de Marlow (2016), o resultado da pesquisa confirmou a tendência dos enunciados dos bastidores do off colocarem em prática projetos de dizer de desconstrução de personalidades públicas, mas a preservação da face também foi observada. Ainda, a análise percebeu evidências de uma aproximação do off com fenômenos de desinformação e propôs o conceito de fake-off. E mais, a (des)construção da face alheia relacionada ao emprego do jargão bastidores também foi empreendida pelo jornalista e por outros referentes da notícia. No entanto, a responsabilidade sobre tais atos continuam sendo do jornalista, pois é deste profissional a prerrogativa de informar com isenção e ética, embora a prática reinterprete a deontologia, assim como a notícia reinterpreta a realidade.
Palavras-chave: Atos de Fala. Referenciação. Bastidores. (Re)Construção de Face.