A Cultura Popular na Contemporaneidade: o Contexto da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo em Três Dimensões – Memória, Protesto e Festa

Nome: RAFAEL DA SILVA MARQUES FERREIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/06/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUCIANO NOVAES VIDON Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
SIMONE DE JESUS PADILHA Suplente Externo
VANILDO STIEG Examinador Externo

Páginas

Resumo: RESUMO
Esta tese dialoga com enunciados concretos produzidos durante as 22 primeiras edições
da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (1997–2018) para apresentar uma proposta de
leitura analítica desse evento contemporâneo relacionando-o, do ponto de vista histórico,
estético e político, às festividades populares da Idade Média e do Renascimento estudadas
por Mikhail Bakhtin (2013) em sua pesquisa equivalente ao nosso doutorado. Proponho,
embasado nas concepções teóricas da Análise Dialógica do Discurso (BRAIT, 2014),
uma pesquisa qualitativa que se vale do modelo de investigação indiciária; o método é
dialético-dialógico e o material, discursivo-documental. A construção do corpus ocorreu
com etapas de coleta no evento, em 2018, somadas a registros publicados na internet.
Considero o evento foco do estudo como constituído por três pilares principais: memória,
protesto e festa, diferentes em suas abordagens, mas indissoluvelmente interrelacionados.
As análises das três faces do evento são feitas a partir, principalmente, das construções
teóricas do Círculo de Bakhtin e de estudiosos contemporâneos que dialogam com as
noções propostas pelo Círculo. Valho-me também de estudos de outras áreas do
conhecimento como Artes, História, Sociologia e Filosofia a fim de enriquecer a
apresentação dos efeitos de sentido que o corpus promove. Como resultado, percebo que
as Paradas atuam como importantes agentes de transformação social à medida que,
embora atuem como um agente na materialidade da vida cotidiana, promovem o
deslocamento e a modificação das estruturas ideológicas constituídas. Além disso,
constituem um espaço de luta e de protesto muitas vezes bem-humorado e até sarcástico
ao mesmo tempo que sagaz e politizado. Por fim, entendo que tais eventos funcionam –
tal qual as festas populares medievais – como um momento de suspensão da ordem
estabelecida, promovendo para aqueles que deles participam uma espécie de “segunda
vida” (BAKHTIN, 2013), trazendo, para a contemporaneidade, a utopia de um mundo
mais justo e fraterno engendrado pela cosmovisão carnavalesca apresentada por Bakhtin
em sua pesquisa (2013).
Palavras-chave: Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Carnaval(ização). Memória.
Protesto. Festa.

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