A EXPRESSÃO DA OBRIGAÇÃO NAS CONSTRUÇÕES TER QUE + INFINITIVO, DEVER + INFINITIVO E PRECISAR + INFINITIVO: UMA ANÁLISE VARIACIONISTA

Nome: TARSILA MACHADO PINTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 09/04/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LEILA MARIA TESCH Examinador Externo
LILIAN COUTINHO YACOVENCO Examinador Interno
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Orientador

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo principal investigar a variação entre as
construções perifrásticas modais de obrigação ter que + infinitivo, dever + infinitivo e
precisar + infinitivo. Estas construções se referem, majoritariamente, à modalidade
deôntica, mas podem apresentar traços relativos à modalidade epistêmica. Com
base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista
(WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]), analisamos os
dados das 46 entrevistas que constituem o Projeto Português falado na cidade de
Vitória (PortVix), considerando, para tal, as seguintes variáveis independentes
linguísticas (ou internas): foco da obrigação, tipo de obrigação, tempo verbal,
paralelismo discursivo e presença/ausência de construções epistêmicas. Além disso,
observamos a atuação das variáveis independentes sociais (ou externas)
enunciador, faixa etária, grau de escolaridade e sexo. O controle estatístico da
influência desses grupos de fatores se deu por meio dos programas computacionais
GoldVarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005), para rodadas binárias, e
Tvarb, para análises ternárias (PINTZUK, 1988/1992), ambos componentes do
pacote Varbrul. Além do esquadrinhamento do processo de variação em si,
buscamos descrever a relação entre as construções de obrigação e as modalidades
deôntica e epistêmica. Encontramos, no total, 1180 casos de ter que + infinitivo
(83%), 168 de dever + infinitivo (12%) e 74 de precisar + infinitivo (5%). Nossos
resultados revelam que a alternância entre essas construções é expressivamente
influenciada por grupos de fatores linguísticos, enquanto aspectos sociais se
mostram pouco relevantes. Concluímos que, de maneira geral, obrigações com
dever + infinitivo são [-fortes] e [-objetivas], enquanto as obrigações com ter que +
infinitivo são [+fortes] e [-objetivas]. O precisar + infinitivo apresentou traços
marcantes de necessidade, favorecido por obrigações mais palpáveis, destinadas a
alvos específicos e bem delimitados, como as demandas da vida cotidiana.

Palavras-chave: obrigação, modalidade deôntica, modalidade epistêmica,
sociolinguística, ter que + infinitivo, dever + infinitivo, precisar + infinitivo.

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