UM LAMENTO QUE ECOA:
CANÇÕES SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ANÁLISE DA TRANSIVIDADE À LUZ DO FUNCIONALISMO
Nome: JAMILLY LORENCINI CARONE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 11/03/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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GESIENY LAURETT NEVES DAMASCENO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CARMELITA MINELIO DA SILVA AMORIM | Examinador Externo |
FLAVIA MEDEIROS ÁLVARO MACHADO | Suplente Interno |
GESIENY LAURETT NEVES DAMASCENO | Orientador |
LÚCIA HELENA PEYROTON DA ROCHA | Examinador Interno |
MARCELA LANGA LACERDA | Suplente Externo |
Resumo: A Transitividade, considerada por diversos estudiosos da língua como um fenômeno complexo, que sempre causou interesse no que tange à sua análise, tem certa discordância, também, em alguns pontos de sua definição. Enquanto alguns avaliam esse fenômeno a partir da dicotomia transitivo x intransitivo como Rocha Lima [1957] (2005), Cegalla [1964] (2008), Cunha e Cintra [1984] (2013) e Perini [1995] (2001), por exemplo , outros estudos tratam-no como um continuum, em que as orações devem ser vistas como um todo e não, apenas, tendo os verbos observados de maneira isolada, em que se consideram os verbos e seus complementos (objeto direto, indireto etc.). Com base nos estudos Funcionalistas, foi a partir desse segundo olhar, que Hopper e Thompson (1980) alicerçaram suas pesquisas, propondo dez parâmetros de Transitividade. Fundamentando-se nessas pressuposições, Silveira (1990) desmembrou os indicadores supracitados, subcategorizando-os numa nova escala, com uma marcação mais abrangente para designar os níveis de Transitividade. E foi justamente sobre esses dois modelos que a pesquisa que aqui se apresenta vem se debruçando, ao verificar o grau de Transitividade em canções que tratam sobre a violência contra a mulher. Com isso, a partir de novos desdobramentos acerca da escalaridade apresentada por Silveira (1990) e a proposta de um novo modelo de Transitividade, analisamos 210 orações encontradas em quatro canções de cunho social, sendo elas: P.U.T.A, do grupo feminino Mulamba; Maria da Vila Matilde (Porque se a da Penha é brava, imagine a da Vila Matilde), da cantora Elza Soares; Não foi em vão, da rapper Livia Cruz; e 100% Feminista, da parceria entre MC Carol e Karol Conka. Assim, observamos como a Transitividade está relacionada à construção do efeito de sentido nessas obras e como ela se interliga diretamente ao que é retratado nas canções: o desabafo da mulher e seu clamor pelo direito de viver.
Palavras-chave: Transitividade, Funcionalismo, Gênero Canção.