A carta do leitor como reflexo e refração do posicionamento ideológico do jornal
Nome: ANDRÉ FREITAS MIRANDA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/06/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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LUCIANO NOVAES VIDON | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JANAYNA BERTOLLO COZER CASOTTI | Suplente Interno |
LUCIANO NOVAES VIDON | Orientador |
LUIS FERNANDO BULHÕES FIGUEIRA | Examinador Interno |
SANDRA MARA MORAES LIMA | Examinador Externo |
VANILDO STIEG | Suplente Externo |
Resumo: A carta do leitor é construída no cruzamento de diferentes vozes e, por assim ser, seu processo de construção é por demasiado complexo. A transmissão do discurso de outrem é uma das principais características desse gênero argumentativo e pode se dar de diversas maneiras, resultando em diferentes efeitos de sentido, conforme orientam Bakhtin/Volochínov (2009), não sendo apenas um tema de um enunciado, mas constituinte e constitutivo dele. Não obstante, percebemos que os jornais podem usar o espaço destinado à carta do leitor como estratégia retórico-discursiva para manter ou promover a adesão dos leitores a discursos do próprio jornal. Com efeito, essa pretensão não poderia se dar apenas pela veiculação de cartas do leitor, mas através, também, da relação que esse gênero do argumentar pode estabelecer com diferentes gêneros do jornal e da mídia, particularmente, a jornalística. Baseados em procedimentos dialógicos de análise, a partir de pressupostos teóricometodológicos propostos por Bakhtin e seu Círculo, cujo princípio teórico fundante concebe que toda interação sócio-verbal resulta em enunciados que respondem a enunciados anteriores e suscitam enunciados novos, observaremos: como a carta do leitor pode se apresentar como reflexo e refração do posicionamento ideológicodiscursivo do jornal, analisando o processo dialógico de construção desse gênero do argumentar; suas diferentes formas de transmissão do discurso de outrem; como esse processo resulta num autor-criador engendrado dialogicamente; e quais os contornos da carta do leitor enquanto enunciado concreto. Por se tratar de um gênero argumentativo, foi necessário encontrar pontos de diálogos entre a teoria bakhtiniana, a Semiolinguística de Patrick Charaudeau e a Nova Retórica de Perelman e Olbrechts-Tyteca. O corpus desta pesquisa é constituído por 41 cartas do leitor dos jornais A Tribuna e A Gazeta; sendo 22 cartas publicadas pelo jornal A Gazeta entre 02 de março e 05 de abril de 2015 e 19 cartas publicadas pelo jornal A Tribuna entre 02 de março e 10 de maio de 2015.