“As história são boa. As pessoas, maravilhosa": análise da variação da
concordância verbal e nominal na zona rural de Santa Leopoldina/ES

Nome: LAYS DE OLIVEIRA JOEL LOPES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 02/10/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Orientador
NORMA DA SILVA LOPES Examinador Externo

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Resumo: Com base na Sociolinguística Variacionista, sistematizada e difundida por Labov
(2008 [1972], 2001), esta pesquisa analisa os fenômenos de concordância verbal de
terceira pessoa e de concordância nominal de número no sintagma nominal, a partir
de uma amostra composta por 44 entrevistas coletadas na zona rural de Santa
Leopoldina/ES. O objetivo é defender a tese da existência de uma regularidade no
efeito das variáveis linguísticas, em termos de grandes tendências, para a
concordância plural variável atuante no português brasileiro. Além disso, pretendemos
refletir acerca do continuum de rural-urbano, proposto por Bortoni-Ricardo (1998,
2004). Sendo assim, analisamos a amostra leopoldinense e comparamos os
resultados obtidos aos de pesquisas anteriores, tais como Naro (1981), Scherre
(1988), Vieira (1997), Pereira (2004), Lucchesi, Baxter e Silva (2009), Martins (2013),
Silva (2013), Araújo (2014), Lopes (2014), Benfica (2016), Gomes, Melo e Barcelos
(2016) e Scardua (2018), além de diversas coproduções entre os professores Anthony
Julius Naro e Maria Marta Pereira Scherre. A amostra leopoldinense contou com
falantes estratificados em função de: sexo – homem e mulher; faixa etária – 07-14,
15-25, 26-49 e acima de 49 anos; e escolaridade – ensino fundamental 01;
fundamental 02; e médio. O efeito das variáveis externas (sexo, faixa etária,
escolaridade e origem da entrevistadora), comuns aos dois fenômenos, e variáveis
linguísticas (para a concordância verbal de 3ª pessoa: saliência fônica, paralelismo
oracional, posição e tipo de sujeito e paralelismo discursivo; para a concordância
nominal no interior do sintagma nominal: posição linear e relativa, saliência fônica,
marcas precedentes, grau, formalidade e animacidade dos substantivos) foi
mensurado através do programa computacional Goldvarb X, de Sankoff, Tagliamonte
& Smith (2005). A hipótese inicial foi confirmada, uma vez que as grandes tendências
dos efeitos linguísticos observados nos dados de Santa Leopoldina alinham-se às
grandes tendências observadas pelos demais trabalhos elencados. A análise
comparativa entre os estudos corrobora a constatação de Scherre (1988), de Scherre
e Naro (2006) e de Naro e Scherre (2007) de que as diferenças na concordância plural
variável operam em um nível quantitativo e não qualitativo, no que diz respeito às
variáveis linguísticas. Os resultados corroboram ainda a proposta de Naro e Scherre
(2007) acerca das origens do português brasileiro, centrada na ideia de uma
confluência de múltiplas motivações. Além disso, notamos que as variáveis
linguísticas possuem um efeito mais vigoroso do que as variáveis sociais, em Santa
Leopoldina. Nosso pensamento é que esse cenário possa ser justificado pelas
particularidades da organização social leopoldinense. Os cruzamentos entre as
variáveis sociais, para ambos os fenômenos, corroboram a proposta de Naro e
Scherre (1991, 2013) acerca do modelo de fluxos e contrafluxos, visto que
percebemos grupos e indivíduos transitando por diversas vias sociais linguisticamente
estruturadas. Diante do exposto, esclarecemos que esta tese visa fomentar reflexões
e contribuir para o mapeamento do português brasileiro, quanto aos fenômenos sob
análise.
Palavras-chave: Sociolinguística Variacionista, português falado em Santa
Leopoldina, zona rural, concordância verbal de terceira pessoa, concordância nominal
de número no sintagma nominal.

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