O papel do discurso jornalistico nos processos de (re)construção identitária: A era do pré-sal no Espírito Santo.

Nome: MARCOS ROBERTO MACHADO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 08/08/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CRISTINA CARMELINO Examinador Interno
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA Orientador
MARIA REGINA MOMESSO Examinador Externo

Resumo: Este trabalho toma como ponto de partida o caráter subalterno comumente associado ao estado do Espírito Santo que vem ao longo de sua constituição enfrentando diversos obstáculos para se afirmar como um Estado forte e representativo na região mais rica do Brasil: o sudeste. Nesse sentido, interessou-nos estudar o papel da mídia capixaba, representada aqui pelo jornal A Gazeta, na veiculação de discursos que inserem o ES em um processo de mudança simbólica, a partir do advento do pré-sal e dos benefícios que essa descoberta poderá trazer para o Estado. Partindo de uma hipótese inicial de que os discursos do petróleo têm influência nos processos de construção e reconstrução identitárias no Brasil e, particularmente no Espírito Santo, neste período de descoberta e discussão do pré-sal, nosso objetivo central foi verificar de que forma as estratégias discursivas presentes no jornal A Gazeta constroem representações de um Estado que procura se reposicionar e se reinserir no contexto nacional, estabilizando e desestabilizando formas de representação identitária. Para os propósitos deste trabalho, selecionamos um corpus constituído por 14 reportagens de A Gazeta veiculadas ao longo de 2008 e 2009, cuja temática é a exploração do petróleo no Estado, muitas delas matérias de primeira página. A partir de um diálogo interdisciplinar principalmente entre autores como Stuart Hall, Maura de Penna, Pierre Bourdieu, Zygmunt Bauman, Eni Puccinelli Orlandi, Dominique Maingueneau e Patrick Charaudeau constituímos um viés discursivo para o entendimento das relações que podem ser estabelecidas entre identidade, linguagem e discurso. A análise realizada mostrou dois discursos marcantes nos artigos de A Gazeta, em momentos distintos, recriando, por um lado, uma imagem forte do Estado, capaz de funcionar como um emblema para a identificação do capixaba com uma terra de desenvolvimento, mas, por outro, mostrando um Estado frágil interna e externamente, que tende a reforçar os valores ambíguos com os quais o capixaba se identifica. A defesa do Estado que A Gazeta empreendeu ao longo deste período nos permitiu entender o discurso do petróleo deste jornal como uma instância de produção e veiculação de representações sociais na medida em que torna compartilháveis formas de perceber e construir simbolicamente imagens do Estado e do capixaba, reafirmando a estreita ligação do jornal na história de constituição do Espírito Santo.

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