Interdiscurso, cenas enunciativas e ethos discursivo em canções de Ataulfo Alves

Nome: FABIANA CASTRO CARVALHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/04/2010

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JARBAS VARGAS NASCIMENTO Examinador Externo
LUCIANO NOVAES VIDON Examinador Interno
VIRGINIA BEATRIZ BAESSE ABRAHÃO Orientador

Resumo: Esta dissertação trata da constituição do ethos discursivo, relacionado às cenas enunciativas e ao interdiscurso, em quatro canções de Ataulfo Alves que apresentam em comum o tema da infância e a saudade da cidade natal. Tomamos a Análise do Discurso de linha francesa em suas novas tendências, a partir da abordagem de Maingueneau (1989, 1996, 2008), como suporte teórico- metodológico, visto que, conforme esse autor, essa metodologia se propõe a estudar a linguagem levando em conta sua exterioridade. Nossos objetivos foram: examinar o modo de constituição do ethos discursivo; aprofundar-nos nos estudos em AD; pesquisar o papel do samba no Brasil; conhecer a vida e a obra de Ataulfo Alves levando em conta sua importância na MPB; analisar quatro de suas canções tendo por base três noções: interdiscurso, cenas enunciativas e ethos discursivo, nas perspectivas apontadas por Maingueneau para a AD. As análises privilegiaram a letra da música como objeto de estudo, mas foram considerados aspectos musicais, quando eles se mostraram relevantes ã constituição do ethos. O que se pretendeu mostrar é que o sujeito enunciador fala a partir do lugar que ocupa na relação de forças que constitui a sociedade. Após a análise de cada canção, efetivada a partir dos temas infância e terra natal, os resultados apontaram para a construção de uma imagem de si projetada no discurso nos moldes do discurso dominante, visto que o sujeito enunciador não questiona os Aparelhos Ideológicos do Estado, mas adéqua seu discurso a eles. Através dos rastros interdiscursivos pudemos notar que as canções foram tecidas a partir do reconhecimento do Outro, inclusive de sua anexação. Além disso, a construção da cenografia como um espaço do desejo e do passado conferiu ao discurso um tom de sofrimento que colaborou para a construção de um enunciador melancólico, resignado com o presente e saudosista.

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