O DISCURSO NOS LIMITES DA PRÁTICA TEÓRICA E POLÍTICA: A FALHA COMO PRINCÍPIO EPISTEMOLÓGICO SUBJACENTE À TEORIA DO DISCURSO DE MICHEL PÊCHEUX

Nome: KLEBER TELES RIBEIRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 31/08/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUIS FERNANDO BULHÕES FIGUEIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CRISTIANE CARVALHO DE PAULA BRITO Examinador Externo
LUCIANA NOGUEIRA Suplente Externo
LUCIANO NOVAES VIDON Examinador Interno
LUIS FERNANDO BULHÕES FIGUEIRA Orientador
MICHELINE MATTEDI TOMAZI Suplente Interno

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Resumo: O presente trabalho problematiza a seguinte pergunta: como a falha, enquanto princípio
epistemológico subjacente à teoria do discurso, se faz presente nos textos de Michel Pêcheux
anteriores a 1978 (Só há causa daquilo que falha)? O objetivo desta pesquisa é analisar de que
modo a falha pode ser compreendida na teoria de discurso pecheutiana em sua relação com as
práticas teórica e política materialista marxista, que, em linhas gerais, assumem um viés
revolucionário objetivo e totalizante. A fim de compreendermos a tensão entre a teoria
marxista totalizante e a falha na trajetória teórica de Michel Pêcheux, empreendemos uma
cartografia desta última em textos de Michel Pêcheux anteriores a 1978, que constituíram o
corpus de pesquisa. Partimos da hipótese de que a falha assume um caráter de princípio
epistemológico subjacente na teoria de discurso de Pêcheux. Dessa maneira visamos analisar
em que medida a falha, como um princípio epistemológico subjacente ao projeto teórico de
Pêcheux, implicou/afetou o seu modo de conceber o cientificismo marxista nas práticas teórica
e política. Como metodologia de análise, fizemos uma descrição da incidência da falha nos
textos anteriores a 1978, elencando elementos que indicaram a presença de um princípio
epistemológico subjacente na trajetória teórica de Pêcheux até 1978. Consideramos o texto Só
há causa daquilo que falha (1978) como um Sequência Discursiva Referencial (COURTINE,
1981), visto que se trata de um texto emblemático, considerando as suas condições de
produção e os efeitos de sentidos que emergem dele em relação à falha. A partir da análise do
texto de 1978, elencamos dez sequências discursivas que serviram para nós como redes de
signos, traços e pistas acerca da falha nos textos de Pêcheux anteriores a 1978. Os traços e
pistas que encontramos no texto Só há causa daquilo que falha serviram como diretrizes de
constituição das Matrizes, conforme Santos (2004). Os resultados de análise das Matrizes nos
indicaram um novo recorte do corpus em relação, indicando novas regularidades em relação à
falha, as quais nomeamos de Regularidades Discursivas, que são: a transformação como falha
na reprodução, a hiância/décalage, a contradição interna, o falhamento ao infinito e a falha na
dominação. Ao final de nossa análise, propomos um gesto de leitura no qual a falha no projeto
teórico de Pêcheux, se constituiu subjacente à teoria do discurso, como um falhamento
constitutivo de processos que envolvem tanto a teoria quanto a prática (política),
relativizando, em alguma medida, o cientificismo marxista totalizante na teoria pecheutiana. A
relação do caráter revolucionário das práticas teórica e política marxista não é anulado pela
falha, mas estão implicados em uma relação de tensão paradoxal.

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