Variação da Expressão do Objeto Direto Anafórico: uma Análise da Fala Rural de Santa Leopoldina – Es

Nome: ALINE BERBERT TOMAZ FONSECA LAUAR
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 05/12/2022

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
AMANDA HEIDERICH MARCHON Suplente Interno
CHRISTINA ABREU GOMES Suplente Externo
LEILA MARIA TESCH Examinador Interno
LILIAN COUTINHO YACOVENCO Orientador
MARCELO ALEXANDRE SILVA LOPES DE MELO Examinador Externo

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Resumo: No presente trabalho tem-se por objetivo a descrição do fenômeno de variação da expressão do objeto direto anafórico na zona rural de Santa Leopoldina/ES, bem como a contraposição entre a fala rural e urbana, com base no contínuo rural-urbano proposto por Bortoni-Ricardo (2005). Para isso, foram analisadas 44 entrevistas, estratificadas em gênero/sexo, idade e escolaridade dos falantes, entrevistas cujos dados foram comparados aos observados na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo (LAUAR, 2015). A presente pesquisa também busca discutir o papel da escola na aquisição da variante padrão e o uso da variante pronome pleno em textos escolares escritos. Para tanto, tomamos por base os pressupostos da Teoria da Variação e da Mudança Linguística, de William Labov (2008 [1972]) e utilizamos o programa Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) para a análise estatística dos dados. Concluímos que na fala rural de Santa Leopoldina, à semelhança de encontrado em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro (OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) e Vitória (LAUAR, 2015), há a substituição do clítico acusativo de terceira pessoa por outras três formas: o pronome pleno, o sintagma nominal anafórico e a anáfora zero. Os resultados demonstram que
a mudança linguística verificada em falantes de diversas cidades brasileiras já foi concluída. Em Santa Leopoldina não há presença do clítico acusativo nos 2604 dados analisados, não sendo, portanto, essa forma própria do vernáculo da comunidade, nem do Brasil, mas, sim, uma variante adquirida via escolarização (NUNES, 1996). Na fala urbana o aumento do uso da forma padrão é proporcional ao aumento da escolaridade do falante, ao passo que os dados rurais não demonstram ser a escolaridade um fator relevante para a variação em tela. A anáfora zero é a forma mais produtiva em Santa Leopoldina, com 60,6% dos dados, e em Vitória 54,8% e tem encaixamento linguístico bem estabelecido. O índice de uso do pronome pleno, com
forte encaixamento linguístico, é bem próximo nas duas comunidades 12,7% dos casos na zona rural e 13,7% na zona urbana, também a variante sintagma nominal anafórico, forma que em Vitória apresenta 30,9% das ocorrências e a distancia de outras capitais, tem índice de uso em Santa Leopoldina de 26,7% bem próximo ao da capital. Esses resultados demonstram um alinhamento entre as comunidades. Também os encaixamentos linguísticos que condicionam as escolhas das variantes apontam para a sistematização da variação do objeto direto anafórico.

Palavras-Chave: Variação linguística; objeto direto anafórico; fala rural.

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