JEAN WYLLYS -DO BBB AO AUTOEXÍLIO: DISCURSO, REPRESENTAÇÃO SOCIAL E LGBTQIA+FOBIA
Nome: ARIEL SESSA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/09/2022
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
MICHELINE MATTEDI TOMAZI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
DANIEL DE MELLO FERRAZ | Coorientador |
GUSTAVO XIMENES CUNHA | Suplente Externo |
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA | Suplente Interno |
LUCINEUDO MACHADO IRINEU | Examinador Externo |
MICHELINE MATTEDI TOMAZI | Orientador |
Páginas
Resumo: RESUMO
Objetivamos nesta tese analisar notícias que reforçam a representação social do grupo LGBTQIA+ enquanto subalterno, o que culmina em uma consequente fobia social, potencializada interseccionalmente. Elegemos como corpus 41 notícias publicadas no G1, datadas de 2011 a 2019, em que há a menção ao ex-deputado federal Jean Wyllys, de forma direta nos títulos, captadas pelo buscador do site do grupo Globo, em que as macroproposições do discurso jornalístico tenham relação com a temática LGBTQIA+. O ator social foi escolhido por pertencer a essa minoria de forma interseccionalizada, além de representar por meio de sua defesa de pautas em benefício do grupo enquanto figura pública, além exercer cargo eletivo em concomitância com o período do corpus, e o grupo Globo foi escolhido por tê-lo lançado na mídia. Acreditamos haver manutenção da dominância heteronormativa em relação aos membros LGBTQIA+ a partir da apreensão geral do discurso por meio da dedução de valores conservadores que envolvem essa temática minoritária. Há, desta forma, a utilização da representação social de Jean Wyllys como referente, potencializado pelas intersecções que o compõem, o que promove a perpetuação de uma relação social desigual e LGBTQIA+fóbica. Essas apreensões transcendem a figura do ator social e culminam em todo o grupo. Escolhemos o aporte teórico multidisciplinar encontrado nos Estudos Críticos do Discurso, voltados para a abordagem sociocognitiva de van Dijk (1992a, 1992b, 2001, 2002, 2005a, 2005b, 2012, 2013, 2015a, 2015b, 2015c, 2016a, 2016b, 2016c, 2017a, 2017b e 2018), além das questões vinculadas às interseccionalidades de gênero, raça e classe social em Akotirene (2019), Cooper (2015), Crenshaw (1989, 2002), Deleuze e Guattari (2011), Hall (2006), Izharuddin (2010), Lanehart (2009), Louro (2008) e Ribeiro (2016); e à teoria da Representação Social em Moscovici (2015) e Goffman (2004, 2014); ambas relacionadas aos aspectos linguístico-discursivos. Selecionamos para a tese o contexto histórico do ator social Jean Wyllys. Computamos questões culturais vinculadas ao histórico de lutas LGBTQIA+ no Brasil e no mundo, além do papel do grupo no contexto social brasileiro. Nas análises confirmamos os questionamentos relacionados à manutenção do poder hegemônico mediante os discursos produzidos nas notícias publicadas na mídia jornalística G1 quando o discurso direto jornalístico se afasta e se isenta da sua responsabilidade social, quando o jornalista opta por escolhas linguístico-discursivas atreladas ao preconceito social e quando o discurso direto se apresenta isoladamente, reforçando o imaginário social de que questões LGBTQIA+ somente interessam aos membros desse grupo social.
Palavras-chave: Discurso. LGBTQIA+. Interseccionalidade. Representação Social.