O Processo de Escrita na Pós-graduação: o Academicismo Como Prática de
dessubjetivação

Nome: GUILHERME BRAMBILA MANSO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/11/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUCIANO NOVAES VIDON Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JOSÉ CEZINALDO ROCHA BESSA Examinador Externo
LUCIANO NOVAES VIDON Orientador
LUIS FERNANDO BULHÕES FIGUEIRA Examinador Interno
PEDRO HENRIQUE WITCHS Suplente Interno
ROBERTO PEROBELLI DE OLIVEIRA Examinador Interno

Páginas

Resumo: A presente tese discute o processo da escrita da dissertação/tese e sua interface
de dessubjetivação na vida do pesquisador em formação, compreendendo tal
problemática no escopo dos estudos da linguagem. A partir de dados estatísticos
(APG-UNB, 2018) e de estudos na área de psicologia (MACEDO; DIMENSTEIN,
2009; CRUZ, 2020; CORRÊA; SOUZA, 2016) e da educação (ANDRADE, 2008;
PEREIRA, 2013) sobre o problema da escrita na pós-graduação, percebe-se
uma demanda por mais debates na linguística à questão. Lança-se como
hipótese que as dificuldades com a escrita da dissertação ou da tese são de
naturezas histórica, educacional, política e identitária imersas na relação do

sujeito com a linguagem. Para isso, cabe acionar um arcabouço teórico-
metodológico que compreenda o pesquisador em formação em sua

historicidade, bem como a interface social, histórica e ideológica que permeia
sua formação linguístico-discursiva. A fim de alcançar as problematizações
lançadas, esta tese recorre primordialmente à perspectiva do Círculo de Bakhtin
(2002; 2008; 2010; 2011; 2013), em interlocução com pesquisadores
contemporâneos (AMORIM, 2001; AUTHIER-REVUZ, 2004; GRILLO, 2008;
FARACO; 2017; SOBRAL, 2009; 2019), para refletir sobre propostas e
conceitos-chave bakhtinianos ao processo da escrita na pós-graduação,
entendendo-o como ato responsivo e responsável e prática com as alteridades
inscrita em cronotopos diversos. Toma-se o plano de trabalho dos letramentos
acadêmicos (LEA; STREET, 1998; STREET, 2010; BARTON, 1994; BAYHAM,
1995; FISCHER, 2006; FIAD, 2015; BESSA, 2015), especificamente na proposta

de identificar demandas e epistemologias afins ao contexto da escrita na pós-
graduação brasileira. Os dados analisados são de duas naturezas, sendo i)

quantitativa e nacional, por resultados de pesquisa objetiva com pós-graduandos
que relatam suas impressões e vivências com o processo da escrita da
dissertação/tese; ii) qualitativa e local, na Universidade Federal do Espírito Santo
com entrevistas a pós-graduandos que relatam a experiência de escrever a
dissertação ou a tese. O paradigma indiciário (GINZBURG, 1986) aliado à
perspectiva dialógica são o norte metodológico para as análises. A discussão de
dados indica que marcas de dessubjetivação no processo da escrita da
dissertação/tese se relacionam a conflitos na busca pelo pertencimento
identitário à pós-graduação, às concepções de linguagem e de sujeito
acadêmico, à desvalorização do ofício científico e a contextos históricos, sociais
e econômicos que atravessam a prática da escrita.
Palavras-chave: Processo da Escrita. Pós-graduação. Dessubjetivação.
Letramentos Acadêmicos.

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