ESTV 1ª Edição, é a Gente Com Você: Análise Sociolinguística da Variação Pronominal de Primeira Pessoa do Plural em Jornal Televisionado

Nome: KAIO RANGEL DA SILVA DIAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/06/2021

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LEILA MARIA TESCH Examinador Interno
LILIAN COUTINHO YACOVENCO Orientador
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Suplente Interno
SHIRLEY ELIANY ROCHA MATTOS Examinador Externo

Resumo: Neste trabalho, tem-se por objetivos a descrição e a análise do fenômeno da alternância pronominal nós/a gente na fala dos participantes do telejornal ESTV 1ª edição, exibido diariamente, entre 11h45 e 13h, na região metropolitana da Grande Vitória – ES, pela TV Gazeta, emissora filiada à Rede Globo. Para isso, utiliza-se como perspectiva teórica a Sociolinguística Variacionista, cujo pressuposto fundamental é de que a variação é parte constituinte do sistema linguístico, sendo a ele inerente e, passível de descrição e análise. Os dados utilizados para este estudo foram gravados do próprio telejornal e são constituídos por 47 gravações (27 episódios completos / 20 situações de entrevista no estúdio), codificados para posterior quantificação por meio do software GoldvarbX (SANKOFF; TAGLAMONTE; SMITH 2005) e análise de cunho quali-quantitavo. Para quantificação dos dados, utilizou-se o programa GoldvarbX (SANKOFF; TAGLAMONTE; SMITH 2005), e os fatores analisados foram papel social do falante, o sexo do falante, a sequência discursiva, o tópico discursivo, a função sintática, o interlocutor, o tempo verbal e a saliência fônica – nos casos de sujeito – de todos os contextos com ocorrência dos pronomes em questão. Os resultados, no contexto do telejornal estudado, evidenciam, em consonância com estudos anteriores relativos à fala de Vitória - ES 68,0% de frequência de uso de a gente - forma inovadora - em oposição a 32,0 % de uso de nós - forma canônica. A partir dos 3986 dados analisados, destaca-se que i ) os locutores que mais favorecem o uso de a gente são os jornalistas âncoras, responsáveis pela apresentação do telejornal, e os que mais desfavorecem são os entrevistados, ao passo que os repórteres de rua parecem não favorecer nem desfavorecer a ocorrência de a gente; ii) as mulheres são as que mais se destacam em relação ao uso da forma pronominal inovadora; iii) a função sintática com maior número de ocorrências é a de sujeito, e que mais favorece a gente é a de objeto indireto; iv) os casos de pretérito imperfeito e de presente ambíguo são os que mais favorecem o uso da forma inovadora, ao passo que o presente menos ambíguo se comporta de forma neutra e os casos de pretérito perfeito menos ambíguos apresentam comportamento menos favorável ao a gente; v) as sequências discursivas internas – aquelas cujos participantes se encontram no estúdio – são as que mais favorecem o uso da forma canônica, em oposição as sequências produzidas em situações em que pelo menos um dos falantes se encontra fora do estúdio –, em que predomina a gente; e vi) os interlocutores políticos e pessoas públicas são os que favorecem o uso de a gente no contexto estudado.

Palavras-chave: sociolinguística Variacionista; alternância pronominal de 1ª pessoa do plural; telejornalismo local.

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