MISOGINIA NAS ELEIÇÕES DE 2018:

Análise de discursos sobre a candidatura de Manuela D’Ávila

Nome: PETRINA MOREIRA NUNES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 01/04/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUIS FERNANDO BULHÕES FIGUEIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDERSON FERREIRA Suplente Externo
LUCIANO NOVAES VIDON Suplente Interno
LUIS FERNANDO BULHÕES FIGUEIRA Orientador
MICHELE FREIRE SCHIFFLER Examinador Externo
MICHELINE MATTEDI TOMAZI Examinador Interno

Resumo: Esta pesquisa teve como propósito identificar construções misóginas sobre a participação feminina no ano eleitoral de 2018, centrando-se na figura da candidata à vice-presidência da República, Manuela D’Ávila (PCdoB), por meio de uma análise discursiva, com base na proposta teórica de Michel Pêcheux. O corpus constitui-se de cinco notícias em jornais online, três imagens que utilizavam fotos adulteradas e trecho de entrevista. Conforme construía o
corpus, as questões de pesquisa levantadas centralizam em quais as características específicas dos discursos misóginos; e, quais os discursos em torno do discurso misógino, em sua relação interdiscursiva. Foram divididas as seguintes temáticas para subdivisões de análises: 1o Política e maternidade; 2o Fake News; e, 3o Manterrupting. Dialogando com a linha de
tradição francesa de pesquisa em Análise do Discurso (AD), tem como categoria analítica a ‘heterogeneidades enunciativas’, com base nos estudos de Authier-Revuz (2004) e de Maingueneau (1997); também identificou nos textos o interdiscurso, a ironia e o pré-construído. Para tratar da problemática social da misoginia foi necessário buscar estudiosos de diversas áreas do conhecimento para a construção de um conceito atualizado, dentre os
autores, destacam-se: Howard R. Bloch (1995), que percebe a misoginia como uma ideologia que persiste desde a Idade Média; Tama Starr (1993), que realizou levantamento de textos e discursos misóginos desde o período filosófico socrático até o final do século XX; e, Pierre Bourdieu (2012) que, apesar de não utilizar o termo ‘misoginia’, compreende que as formas
de violência do que ele chama de ‘dominação masculina’ inclui algo mais complexo do que o significado de machismo tem tratado. Excluindo-se de uma pesquisa neutra, as discussões levantadas têm caráter crítico e transdisciplinar para que fosse possível observar como ataques misóginos influenciam na pouca representatividade feminina em cargos políticos. Dentre os resultados de análise, observou-se que a relação entre o discurso religioso e o discurso
anticomunista na formação discursiva misógina, contribuiu para reforçar os ataques violentos contra a candidata.
Palavras-chave: Análise do Discurso, misoginia, mulheres na política, eleições de 2018, Manuela D’Ávila.

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