"Mulher nega sexo e mata marido": da notícia jornalística ao discurso machista nos comentários do Facebook

Nome: TAMIRIS DEMONER
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/08/2018
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
MICHELINE MATTEDI TOMAZI Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
ANA LUCIA TINOCO CABRAL Examinador Externo
JANAYNA BERTOLLO COZER CASOTTI Examinador Interno
MICHELINE MATTEDI TOMAZI Orientador
MÁRIO ACRISIO ALVES JUNIOR Suplente Externo
ROBERTO PEROBELLI DE OLIVEIRA Suplente Interno

Resumo: Tendo em vista o cenário da violência contra mulher no Espírito Santo, achamos relevante trabalharmos com esse tema, uma vez que, de acordo com o Mapa da Violência (WAISELFISZ, 2015), a cidade de Vitória é considerada a capital onde há mais casos de agressão contra mulheres. Além dessa imagem negativa da violência pela qual passa a mulher capixaba, a mídia jornalística, como veículo propagador de notícias, não tem contribuído para minimizar essa imagem. Prova disso, no dia 1º de maio de 2016, o jornal A Tribuna, veiculou uma notícia com a seguinte manchete: “Mulher nega sexo e mata marido”. A notícia teve repercussão nacional, sendo publicada na página “Não me kahlo” da rede social Facebook e gerou, aproximadamente, mil comentários. Diante disso, objetivamos, nesta pesquisa, descrever as estruturas linguísticas e discursivas e analisar se ocorre polarização nos comentários da publicação da página “Não me kahlo”, revelando os posicionamentos em relação à ideologia machista por meio das escolhas lexicais. Como hipótese, acreditamos que as análises pretendidas podem expor posicionamentos divergentes que acarretam numa polarização entre os seguidores da página da rede social e, a partir desses comentários, reforçar ideologias sobre o estereótipo da mulher em nossa sociedade. Com base no levantamento de dados, adotamos a metodologia de análise qualitativa, uma vez que selecionamos um corpus com 817 (oitocentos e dezessete) comentários e, posteriormente, fizemos um recorte de 40 (quarenta). Nessa perspectiva, adotamos como aparato teórico a teoria sociocognitiva cunhada por Tean van Dijk (1998, 2001, 2012a, 2012b, 2015), os estudos de gênero de Beauvoir (1970), Butler (2003), Scott (1986), Tomazi; Natale (2015), Natale (2015), Nader (2006, 2016), Cavalcanti (2006), Almeida (2006), Lessa; Souza (2006), Louro (1997), Pinto (2010) e Montenegro (2015), além dos estudos sobre mídia e rede social, de Recuero (2016), Briggs; Peter (2016), Cardoso; Vieira (2014), Charaudeau (2010), Carvalho; Kramer (2013), Castells (2015), Elias (2015), Hernandes (2012), Paiva (2016), Salies (2013) e de como a violência é tratada nos meios de comunicação de Menéndez (2010). Pretendemos com os resultados confirmar nossa hipótese
de que a mídia jornalística, ao produzir notícias e veicular determinadas manchetes, pode reforçar a construção de uma cultura capixaba machista e patriarcal voltada para uma ideologia sexista, que objetifica e menospreza a mulher.

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