Ethos discursivo e gênero canção: a construção das imagens de si e do outro nas canções de Os Afro-sambas.

Nome: MAYARA DE OLIVEIRA NOGUEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 13/09/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JARBAS VARGAS NASCIMENTO Examinador Externo
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA Orientador
MICHELINE MATTEDI TOMAZI Examinador Interno

Resumo: A presente dissertação tenciona discutir a constituição do ethos discursivo, relacionado às cenas de enunciação e ao interdiscurso, em oito afro-sambas pertencentes ao LP homônimo, fruto da parceria firmada entre Vinícius de Moraes e Baden Powell na década de 1960. Tais canções apresentam em comum o culto a entidades místicas vinculadas às religiões de matriz africana e, de modo bem particular, tematizam o amor e a tristeza, em diversas nuances. Para tanto, o paradigma em que nos sustemos é o da Análise do Discurso de vertente francesa, notadamente a partir de suas novas tendências, numa abordagem alinhada a de Dominique Maingueneau (1997, 2005, 2008). Optamos por tal arcabouço teórico pelo fato de tal disciplina corresponder a uma metodologia de se estudar o discurso que leva em conta as condições sócio-históricas que o possibilita, postulado basilar da presente pesquisa, a qual tem por objetivo principal: observar o modo como o ethos/os ethé são construídos; analisa as canções do LP de 1966 compostas pelos músicos, tendo por base as noções de interdiscurso, cenas enunciativas e ethos discursivo. Oportuno ressaltar que, muito embora as análises levem em conta a dimensão musical como elemento significante na constituição do ethos, seu enfoque privilegiou a dimensão verbal. Partindo da análise de cada afro-samba, os resultados da pesquisa apontaram para a construção de imagens projetadas no discurso vinculadas tanto ao universo cultural/diaspórico do negro quanto ao universo amoroso tipicamente viniciano. Considerando os indícios interdiscursivos pôde-se notar que os afro-sambas foram construídos a partir da existência e reconhecimento do Outro. Por outro lado, as cenas de enunciação criadas apresentam como campo discursivo privilegiado o domínio religioso a partir de uma experiência vivida amorosa-sensual, cujo tom lastimoso colaborou para a construção de um enunciador tristonho, melancólico, sentimental.

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