Dificuldade no Domínio de Fonemas do Português Por Crianças Bilíngues de Português e Pomerano

Nome: LUDIMILLA RUPF BENINCÁ
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/03/2008

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CATARINA VAZ RODRIGUES Orientador
CLÁUDIA MARIA MENDES GONTIJO Examinador Interno
ISMAEL TRESSMANN Examinador Externo

Resumo: O Brasil, mesmo tendo como língua oficial apenas o português, é um país multilíngue. Há, em seu território, falantes que adquirem no contexto familiar outras línguas que não sejam o português, e aprendem a língua oficial como segunda língua, muitas vezes apenas quando entram na escola. É o que ocorre com os descendentes de pomeranos, que falam o pomerano - língua de imigração da extinta Pomerânia - ainda amplamente utilizado pelos grupos remanescentes de descendentes dos imigrantes que a trouxeram. Essa língua normalmente é aprendida no contexto familiar, e é utilizada na integração da comunidade, nos rituais religiosos, no mabiente doméstico e na lavoura. O português falado pelas crianças é, então, carregado de marcas de sua língua materna, o que provoca, muitas vezes, discriminação e dificuldades para aprender o português. Por isso, este trabalho busca descrever o português falado pelos descendentes e identificar as marcas próprias de dificuldade de aprendizagem do português, bem como os erros de escrita característicos, com o objetivo de criar um referencial que dê suporte para posteriores propostas de ensino que consideram as peculiaridades do grupo. Para isso, utiliza dois corpora de análise: oral, obtido através de entrevistas gravadas e escrito, constituído por redações produzidas pelos informantes, ambos coletados de alunos que cursavam a quinta série do ensino fundamental, na comunidade de Alto Rio Possmoser, em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. Entre as ocorrências encontradas no corpus oral, destacam-se as variações na estrutura da sílaba, ocasionadas principalmente pelo fenômeno do destravamento, causado pelo apagamento do tape em posição final e pela vocalização da trava lateral, fenômeno também frequente em falantes monolingues, além de alterações problemáticas do padrão silábico. Um processo muito recorrente, que é marca específica dos falantes em questão, por não ocorrer sistematicamente entre os monolingues, foi a distorção de sonoridade, troca de consoantes sonoras pelas correspondentes surdas, que apareceu também na ecsrita. Nesta ultima modalidade, os erros mais comuns foram os de estruturação silábica e os de trocas de fonemas, caracterizadas pela representação gráfica de um fonema diferente do que compõe a palavra em questão. Essas trocas forma principalmente geradas pela influência da oralidade em relação à sonoridade das consoantes, e à dificuldade de domínio dos fonemas representados por cada letra, o que demonstra a necessidade de planejamentos de ensino direcionados.

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