Análise fonético-fonológico do som retroflexo desvozeado [ts]no Quéchua de Moya-Peru.

Nome: ROSARIO DEL PILAR DE LA CRÚZ VILA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/12/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXSANDRO RODRIGUES MEIRELES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXSANDRO RODRIGUES MEIRELES Orientador
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Examinador Interno
PLÍNIO ALMEIDA BARBOSA Examinador Externo

Resumo: Este estudo apresenta uma análise das caraterísticas acústicas da consoante africada retroflexa [tʂ] no quéchua de Moya-Peru, no qual, através de estudos acústicos, temos como objetivo analisar os formantes F1, F2 e F3 (em início, meio e fim), a duração e o tempo de subida da consoante africada retroflexa e não retroflexa e suas vogais próximas. Também, pelos mesmos estudos acústicos, busca-se demonstrar e determinar a presença do status da consoante africada retroflexa em distintos ambientes fonéticos (#_, S_, _S, _#). Da pesquisa, participaram oito informantes bilíngues (quéchua-castelhano) com domínio de sua língua materna quéchua. O corpus foi obtido por meio de gravações: primeiro, fez-se a gravação de palavras com pares mínimos a partir de imagem cujas representações gráficas possuem a consoante africada retroflexa e não retroflexa com cada informante - cada par mínimo (oito palavras) é mencionado três vezes. Segundo, mostraram-se novamente imagens ao entrevistado, porém contendo palavras portadoras apenas do som retroflexo desvozeado [tʂ] em diferentes ambientes fonéticos a serem analisados, e foi pedido que reconhecessem e falassem a frase-veículo por cinco vezes, repetindo o nome da imagem mostrada. Ademais, os dados foram submetidos à análise estatística através do programa R-Studio, por meio do qual foram feitas as análises de variância a fim de verificar o valor do p (valor da probabilidade). Como resultados, observaram-se que a consoante africada retroflexa apresenta uma menor medida nos F1, F2 e F3 (em início, meio e fim), na duração e no tempo de subida do que da consoante não retroflexa, da mesma forma, a vogal próxima da consoante retroflexa apresenta uma menor medida do que a vogal ao lado da consoante não retroflexa. Além disso, em distintos ambientes fonéticos, a consoante africada retroflexa, por influência da vogal próxima, apresenta uma medida distinta nos formantes, na duração e no tempo de subida. Por exemplo, essa consoante apresenta uma maior medida da duração e do tempo de subida em final de sílaba e de palavra. Pelos resultados descritos, Moya é considerada uma zona de transição dialetal entre o quéchua wanka e o quéchua chanka porque apresenta evidencias linguísticas que explicam a presença dessa consoante no sistema fonético-fonológico da variedade do quéchua desse distrito (quéchua chanka) e mostra que não se trata de um empréstimo do quéchua wanka, mas de uma consoante que se preservou do proto-quéchua (língua mãe) na fala dos moradores de Moya, diferentemente das comunidades próximas, nas quais essa africada retroflexa foi suprimida. Os resultados encontrados nesse distrito poderão contribuir para pesquisas futuras, tendo em vista que ainda não foram feitas investigações de análise acústica. Portanto, a pesquisa contribuirá para o conhecimento da língua e cultura da comunidade quéchua de Moya-Peru.

Palavras-chave: consoante retroflexa e não retroflexa; quéchua de Moya-Peru; análise acústica; análise estatística

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