O jogo na comunidade de Caravelas - BA: variação de fricativa coronal pós-vocálica

Nome: JARES GOMES LIMA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 20/02/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXSANDRO RODRIGUES MEIRELES Co-orientador
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXSANDRO RODRIGUES MEIRELES Coorientador
DERMEVAL DA HORA OLIVEIRA Examinador Externo
JANAYNA BERTOLLO COZER CASOTTI Suplente Interno
LILIAN COUTINHO YACOVENCO Examinador Interno
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE Orientador

Resumo: Neste estudo, encontra-se uma análise sociolinguística sobre a variação da fricativa coronal pós-vocálica /S/, à luz da Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 2008 [1972]; WEINREICH, LABOV & HERZOG, 2006 [1968]). Para o estudo, em se tratando da comunidade de fala, elegeu-se a cidade de Caravelas, na Bahia, que está localizada no Extremo Sul do Estado. Pelo fato de não encontrarmos bancos de fala disponíveis da região do Extremo Sul da Bahia, faz-se necessária a constituição de um para a composição do corpus a ser pesquisado. A amostra está estratificada por sexo/gênero (masculino/feminino), escolaridade (1-8 anos; 9-11 anos; mais de 11 anos) e faixa etária (15-25 anos; 26-49 anos e mais de 49 anos): será integrada por 36 informantes e conta com 25 já gravados. Em Caravelas, a variação
analisada acontece em um ambiente bem especifico, antes da oclusiva [t] e da africada [ʧ], por meio de duas variantes surdas, a alveolar [s] e a alveopalatal [ʃ]. Para a análise estatística, utilizamos o programa GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE & SMITH, 2005), a fim de verificar as realizações da variante palatalizada [ʃ] em contraste com a produção alveolar [s]. Também foi feita uma análise piloto com testes estatísticos utilizando a plataforma R (R CORE
TEAM, 2013), a fim de sabermos as características dos dados considerados como dúvida entre as alveopalatais e alveolares. Observamos, por meio do Praat (BOERSMA & WEENINK, 2013), as frequências dos picos espectrais, obtidos das repetições de 11 palavras, totalizando 312 repetições, por meio da leitura de um texto feita por 04 informantes. Para isso, foram utilizadas Teorias de Produção da Fala, especificamente a teoria da perturbação (KENT &
READ, 2015). Na análise geral dos dados pelo GoldVarb X, foram consideradas
estatisticamente significativas as variáveis escolaridade e sexo/gênero. Em uma análise cruzada de escolaridade e sexo/gênero, a variável faixa etária também apresentou significância estatística. Os resultados mostram que indivíduos com mais de 49 anos, assim como as mulheres, são os que apresentam maior significância estatística para a produção palatalizada.
Porém, com mais de 11 anos de escolarização, mulheres e homens apresentam efeitos diferentes, pois, no caso deles, desfavorecem a variante alveopalatal, enquanto elas tendem a favorecer. Há uma tendência para a variante palatalizada em falantes de 09 a 11 anos de escolarização, tanto para feminino quanto para o masculino. Pesquisas futuras, com a amostra
completa e com mais dados por falante, permitirão a refutação, ou não, dos resultados sociais obtidos. As variáveis estruturais estatisticamente significativas foram (1) posição na coda, (2) natureza da vogal precedente, (3) natureza do segmento consonantal seguinte e (4) tonicidade de sílaba. A variante alveopalatal é favorecida pela coda medial, pela consoante africada
seguinte e pelo traço [+posterior] das vogais antecedentes, sendo elas [u] e [ɔ], seguido pelo traço [+alto], com o [i]. A posição pós-tônica desfavorece a variante palatalizada. Dessa maneira, fatores sociais e estruturais são importantes para o entendimento da variação analisada, que ainda não se apresenta como um fenômeno claro de mudança linguística. A análise acústica
piloto, por sua vez, nos permitiu avançar no entendimento das dúvidas auditivas, tendo em vista que revelou termos contrições mais anteriores provocando médias de frequências mais altas dos picos espectrais dos casos considerados duvidosos nas repetições.

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