De repente, não mais que de repente, gramaticalizando...

Nome: NASTASSIA SANTOS NEVES COUTINHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/07/2016

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDENIZE PONZO PERES Examinador Interno
LÚCIA HELENA PEYROTON DA ROCHA Orientador
MARIA DA CONCEIÇÃO AUXILIADORA DE PAIVA Coorientador
MARIA JUSSARA ABRAÇADO DE ALMEIDA Examinador Externo

Resumo: Com enfoque nos Modelos Baseados no Uso, o presente trabalho tem como objetivo fazer a análise quantitativa e qualitativa da locução “de repente” no português falado, a fim de averiguar se a polissemia dessa construção pode ser explicada em termos de gramaticalização. Alguns trabalhos, como o de Siqueira (2012) e o de Pontes e Peterson (2009), já mostraram que “de repente” assume diferentes funções semânticas, dentre elas: advérbio de tempo e modalizador epistêmico. Nossa hipótese é a de que esses usos podem ser dispostos em uma escala de abstratização, pois são graduais e unidirecionais, indo do [+ concreto] para [+ abstrato] ou de [- subjetivo] para [+ subjetivo], o que seria uma indicação de que esta locução estaria passando por um processo de gramaticalização. Para verificar essa hipótese, analisamos a amostra de dois corpora orais: Amostra PortVix – Português falado na cidade de Vitória (YACOVENCO et al., 2012) e Amostra Censo 2000 (PAIVA; DUARTE, 2003) do PEUL (Programa de Estudos sobre o Uso da Língua) – Rio de Janeiro. Por meio da utilização do método da Sociolinguística Variacionista, os dados são quantificados de forma a identificar as propriedades mais recorrentes de cada um dos significados da locução “de repente”. Nosso estudo em tempo aparente apresentou o valor de modalizador epistêmico como o mais produtivo, sendo que um aspecto que ressalta da análise é o de que esse valor ocorre, principalmente, em contextos em que “de repente” é empregado como elemento de reforço do valor de possibilidade, coocorrendo com outros elementos modalizadores. A influência do contexto na função exercida pela locução caracteriza-se como um processo de metonímia, por meio da subjetivização (TRAUGOTT, 2010), recurso utilizado a fim de apresentar um distanciamento do falante em relação ao estado de coisas descrito.

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